A PROTÉCNICO detém um tesouro privado de origem portuguesa, de antepassados deleitáveis por um célebre gosto comum, o desenho. Uma referência à história e um incentivo ao saber focado na cultura e evolução.
O espólio reunido exibe uma grande diversidade de testemunhos de Cópia e Desenho Técnico, assim como objetos de memória vasta. A coleção exposta faz alusão a artefactos perdidos no tempo, relembrados pelo toque. Desenhos, ferramentas de recorte, manuscritos impressos, maquetas, máquinas de impressão, entre tantos outros, que nos últimos anos sofreram uma evolução rápida e irredutível.
Lugar de cruzamento de saberes, emoções e projetos, onde os visitantes têm o privilégio de contemplar e refletir sobre uma montra viva de conservação à história.

O Desenho Técnico é uma representação gráfica, servindo para transmitir ideias e também para complementar ou substituir a linguagem humana.
Poder-se-á dizer que o Desenho Técnico tem os seus primórdios, ainda que não com a definição dos nossos dias de hoje, no Homem Primitivo que através das pinturas rupestres procurava retratar o seu quotidiano, marcar a sua presença, transmitir os seus ideais, mitos, ritos e explicações.
Com a evolução do homem dá-se também a evolução dessas representações.
O desenho apenas rasurado, sem contornos, sem regras nem método, faz evoluir a linguagem que mais tarde o irá normalizar e metodizar.
Numa perspetiva evolutiva, o desenho só será diferenciado em função da sua finalidade com Leonardo Da Vinci (1452-1519), surgindo assim finalmente nos finais do séc. XIV, a diferenciação entre o Desenho Artístico e o Desenho Técnico.
No seu legado deixou-nos exemplos de diversos Desenhos Artísticos – sendo o mais famoso a “Gioconda” – e de Desenhos Técnicos perspetivados das suas invenções – das quais uma draga, um tanque militar, uma máquina voadora (tipo Asa Delta) e um guindaste móvel.
Hoje esses Desenhos Técnicos são designados ou patenteados com outros nomes e referências, embora tendo a sua ideia original sido criada no séc. XV.
É então, em pleno séc. XV, que se dá início às particularidades do Desenho Técnico. No entanto, somente com Gaspard Monge (1746-1818) e a socialização da Geometria Descritiva, se lançaram as bases dos sistemas de representação que ainda hoje se utilizam.
Entre eles criou o Método Dimétrico que veio permitir, com rigor, resolver problemas do espaço tridimensional, utilizando como base projeções ortogonais em dois planos (diedro). Contudo, esta evolução e distinção entre Desenho Artístico e Desenho Técnico não foi fácil, existindo um longo caminho evolutivo e que no tocante a este último procuramos mostrar através da existência deste museu.








Heliografia é um processo fotográfico criado por Joseph Nicéphore Niépce no séc. XVIII. Consistia na gravura com luz solar para fixar imagens, permitindo a gravação ou reprodução de gravuras e desenhos por meio da ação direta dos raios solares.
Com a evolução desta área surge a cópia Heliográfica, conhecida como o processo de cópia em vapor de amoníaco, transferindo a partir de um original transparente para o papel heliográfico, devidamente preparado para uma solução fotossíntese.
O Desenho Técnico, sendo uma representação gráfica, sempre serviu para transmitir ideias e também para complementar ou substituir a linguagem humana.